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A Venda do Histórico Navio Espacial Yuri Gagarin como Sucata: O Fim de um Ícone da Exploração Espacial Soviética

Em 9 de novembro de 1996, a Ucrânia vendeu o navio de pesquisa científica “Cosmonauta Yuri Gagarin” como sucata, ao preço de US$ 170 por tonelada. Este navio, que já foi o maior e mais poderoso centro flutuante de controle de voos espaciais, representava um marco na história da exploração espacial soviética.

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Histórico do Navio

Inaugurado em 14 de julho de 1971, o “Cosmonauta Yuri Gagarin” foi projetado para operar em qualquer parte dos oceanos, sob quaisquer condições climáticas. Com um deslocamento de 45 mil toneladas, possuía duas antenas de 25 metros de diâmetro, cada uma pesando cerca de 240 toneladas, e duas de 12 metros, pesando 180 toneladas. No total, o navio abrigava 75 antenas, permitindo comunicação e controle precisos de missões espaciais.

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A embarcação de onze andares alcançava uma velocidade de 18 nós e contava com 1.500 compartimentos, incluindo mais de cem laboratórios, além de acomodações para uma tripulação de até 330 pessoas. As instalações a bordo incluíam uma sala de cinema para 250 espectadores, academia, três piscinas e áreas de lazer. O sistema de ar condicionado do navio era três vezes mais potente que o do Palácio de Congressos do Kremlin, garantindo conforto durante viagens de até seis meses em diversas latitudes.

Contribuições para a Exploração Espacial

Durante seus 20 anos de serviço, o “Cosmonauta Yuri Gagarin” realizou 20 viagens, desempenhando um papel crucial no suporte a missões espaciais soviéticas. Em situações de emergência, o navio tinha a capacidade de substituir integralmente o trabalho do centro de controle terrestre principal, demonstrando sua importância estratégica para o programa espacial da URSS.

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Privatização e Venda como Sucata

Com o colapso da União Soviética em 1991, o navio foi privatizado pela Ucrânia. No entanto, devido a dificuldades financeiras e falta de manutenção, a embarcação foi vendida como sucata em 1996. Antes de ser desmontado no porto de Alang, na Índia, a biblioteca e o museu a bordo foram saqueados, e itens valiosos, incluindo um retrato de Yuri Gagarin doado pela família do cosmonauta, desapareceram.

O desmantelamento do navio levou 18 dias, com trabalhadores locais recebendo US$ 1,50 por turno. Os materiais resultantes foram reciclados e retornaram à Comunidade dos Estados Independentes (CEI) na forma de utensílios domésticos e souvenirs. A venda gerou aproximadamente US$ 1 milhão para o orçamento ucraniano, embora haja relatos de que parte dos fundos tenha desaparecido.

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Legado e Reflexões

A venda do “Cosmonauta Yuri Gagarin” como sucata simboliza a transição tumultuada do período pós-soviético e a perda de patrimônios tecnológicos significativos. O navio, que já foi um ícone da exploração espacial, terminou seus dias desmantelado, refletindo os desafios enfrentados pelas ex-repúblicas soviéticas na preservação de suas conquistas científicas e tecnológicas.

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