1000 dias de guerra na Ucrânia: Atualização sobre o fronte
O teatro de guerra ucraniano completou 1000 dias de tragédia. No panorama mais amplo, Moscou intensifica sua campanha de influência internacional, buscando negociações nos seus próprios termos. Mas o apoio ocidental à Ucrânia permanece firme, com aliados como França, Noruega e por enquanto ainda os Estados Unidos fornecendo treinamento militar e equipamentos avançados.
Zelensky enfatiza a necessidade de entrar em qualquer negociação a partir de uma posição de força, ciente de que as condições impostas pela Rússia dificilmente levariam a um acordo satisfatório.
O conflito na Ucrânia entre os dias quinze e dezesseis de novembro trouxe novos capítulos para um cenário que já é marcado por avanços pontuais e batalhas intensas. Com frentes em Kursk, Kharkiv, Donetsk, Kherson e Zaporizhia, os desdobramentos mostram um equilíbrio frágil entre as forças ucranianas e russas, em um teatro de guerra onde estratégia, clima e tecnologia desempenham papéis igualmente importantes.
No Oblast de Kursk, as forças ucranianas continuam avançando marginalmente, pressionando as defesas russas com movimentos ao sudeste de Korenevo e leste de Novoivanovka.
Enquanto isso, militares russos relatam avanços esparsos em áreas florestais próximas a Sudzha. Mas, como sempre, o clima resolve intervir como um ator inesperado, desacelerando operações de ambos os lados. Para reforçar suas posições, a Rússia mobilizou regimentos aerotransportados, incluindo unidades da centésima sexta e sétima divisões.
Já no Oblast de Kharkiv, o cenário permanece previsivelmente estático. Os russos parecem testar táticas de pequenos grupos de infantaria sem apoio significativo de veículos blindados, algo que, somado às condições climáticas adversas, limita suas ações a incursões locais sem grandes avanços. Em Kupyansk, a Rússia tenta consolidar posições em meio a combates na zona industrial, mas seus movimentos sugerem mais preparação do que qualquer intenção imediata de ofensiva.
Em Donetsk, os combates são mais intensos, com foco em Kurakhove, onde as forças ucranianas avançaram ao sudoeste, atingindo as linhas de retaguarda russas. Por outro lado, a Rússia alegou ganhos incrementais ao norte e nordeste da região. Em Vuhledar, o uso de unidades mecanizadas sugere um esforço para consolidar áreas estratégicas, enquanto os combates em Toretsk e Pokrovsk continuam marcados por forte resistência ucraniana.
Combate real: Tanques ucranianos Leopard 2A4 disparam contra veículos blindados russos e pousam com infantaria na direção de Kurakhovsky em novembro de 2024
Enquanto isso, em Zaporizhia, a guerra segue em um ritmo de bombardeios e ataques limitados, com a Rússia tentando intensificar a pressão. Embora militares relatem supostos avanços, a resistência ucraniana mantém as forças russas longe de qualquer ganho significativo. Robotyne segue como o centro de atenção, mas o padrão permanece de ataques sem mudança real nas linhas de frente.
Em Kherson, o conflito é marcado por uma guerra de atrito. As forças russas continuam a fortalecer posições defensivas ao longo da margem leste do Rio Dnipro, enquanto a Ucrânia utiliza drones navais para atacar infraestruturas críticas, incluindo a Ponte de Kerch. Essa pressão forçou a Rússia a redirecionar sistemas de defesa aérea para a Crimeia, destacando a eficácia das operações ucranianas na região.
O uso de drones, especialmente pela Ucrânia, tem sido um elemento chave, restringindo a mobilidade russa e compensando a falta de soldados. Enquanto isso, a Rússia aposta em táticas de desgaste, mas enfrenta desafios crescentes para sustentar ofensivas de longo prazo.
Para uma análise mais detalhada desses desdobramentos e entender como cada frente se conecta neste conflito em constante evolução, assista a reportagem completa sobre os relatórios no fronte de batalha em 15 e 16 de novembro em nosso canal do YouTube clicando na imagem abaixo.
Fontes:
Relatórios do ISW em 16 de novembro de 2024
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