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A Ofensiva do HTS e a Escalada da Guerra Civil na Síria

Dentro do caldeirão de conflitos que envolve a Síria, a recente ofensiva liderada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) no norte do país deixou mais de duzentas baixas confirmadas até o final desta edição, em 28 de novembro. Os números incluem combatentes e civis, segundo dados de organizações locais e internacionais.

Os combates intensos foram registrados na província de Aleppo e em áreas adjacentes, marcando uma nova escalada em uma região que, embora sob um cessar-fogo desde 2020, tem sido palco de confrontos esporádicos e tensões contínuas.

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O Contexto da Ofensiva

O HTS, que controla partes significativas do noroeste da Síria, lançou ataques surpresa contra forças do regime de Bashar al-Assad e facções rebeldes rivais, resultando em pesadas baixas. Estima-se que 102 das vítimas sejam membros do HTS e outros 61 pertencem às forças do regime e seus aliados. Civis também foram duramente impactados, com pelo menos vinte mortos e muitos outros forçados a abandonar suas casas devido ao risco iminente de novos combates.

Esse resultado de baixas, foi somente no primeiro contato entre as forças entre os dias 27 e 28 de novembro de 2024.

5352570673467354041-1 A Ofensiva do HTS e a Escalada da Guerra Civil na Síria

Essa ofensiva ocorreu em um contexto de mudanças estratégicas significativas, com a retirada de recursos de aliados chave do regime de Bashar al-Assad.

Fatores que Contribuíram para a Ofensiva

Diversos elementos desencadearam a espiral de eventos que acentuou o avanço dos rebeldes em Aleppo e Idlib:

  1. Reconfiguração de Recursos Russos
    A Rússia redirecionou combatentes e equipamentos militares da Síria para a guerra na Ucrânia, resultando em uma perda significativa de força terrestre e aérea na região. Isso deixou o regime sírio vulnerável, especialmente na defesa aérea.
  2. Impacto do Declínio do Grupo Wagner
    A desmobilização do Grupo Wagner, agravada pela ausência de Yevgeny Prigozhin, enfraqueceu ainda mais as operações militares pró-regime. Mercenários do grupo desempenhavam papéis críticos em várias frentes na Síria.
  3. Fragilidade do Hezbollah
    O Hezbollah, aliado libanês crucial de Assad, enfrenta seus próprios desafios devido à escalada de tensões com Israel, o que reduziu sua capacidade de apoiar as operações sírias de maneira eficaz.
  4. Tecnologia Avançada da Oposição
    Grupos rebeldes pró-Turquia têm utilizado drones de reconhecimento e drones kamikaze com maior eficácia, conferindo-lhes uma vantagem estratégica significativa nas batalhas recentes.
  5. Perda de Comando Iraniano
    A morte de um alto comandante do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica, responsável pela coordenação da defesa em Aleppo, desestabilizou ainda mais as operações do regime.

Consequências Diplomáticas e Militares

Paralelamente a essas mudanças, Assad se dirigiu a Moscou em busca de apoio adicional, evidenciando a gravidade da situação para seu governo.

Nos territórios capturados pelos rebeldes, relatos indicam a aparição de grafites com mensagens associadas à Ucrânia, levantando especulações sobre influências externas no avanço das forças opositoras.

5900217336290461270 A Ofensiva do HTS e a Escalada da Guerra Civil na Síria

A Resposta do Regime e os Desafios da Oposição

A ofensiva do HTS reflete suas ambições de consolidar o controle sobre os territórios ainda dominados pela oposição. Contudo, a organização enfrenta crescentes tensões internas, com relatos de divergências estratégicas e ataques contra civis em áreas sob seu domínio.

5348348355543165251-1-1024x530 A Ofensiva do HTS e a Escalada da Guerra Civil na Síria
A faixa em azul corresponde a zona tomada pelos rebeldes do HTS em 27 a 28 de novembro de 2024

Por outro lado, o regime sírio intensificou bombardeios e ataques aéreos em províncias como Idlib e Hama, complicando ainda mais a situação humanitária e militar no local.

Preocupações Regionais e Impacto Humanitário

Os desdobramentos desse conflito aumentam a preocupação entre os moradores locais e atores regionais, como a Turquia, que mantém uma presença militar no norte da Síria. Enquanto os civis aguardam maior intervenção para evitar uma tomada total por extremistas, as forças pró-Turquia têm se concentrado em recuperar áreas perdidas, deixando um vazio estratégico em outras regiões vulneráveis.

O futuro do conflito permanece incerto, mas a recente ofensiva marca um ponto de inflexão que pode redefinir o equilíbrio de poder no norte da Síria.

Artilharia da Contra ofensiva das forças de Assad em 28 de novembro de 2024

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