A Batalha por Hama: Avanços da Oposição e Retirada de Assad na Guerra da Síria
Após a rápida queda da cidade de Alepo, as forças de oposição avançaram em direção à cidade de Hama em 30 de novembro, abrindo uma nova frente de batalha no teatro de guerra sírio. Esse progresso foi possível graças a uma ofensiva surpresa lançada apenas três dias antes, que desestabilizou as defesas do regime sírio.
O Exército Árabe Sírio (SAA) confirmou a retirada de Alepo, alegando a necessidade de fortalecer as linhas defensivas e planejar um contra-ataque. No entanto, relatos de mídias pró-regime apontam problemas de comando e controle como um dos fatores que contribuíram para o colapso rápido das defesas em Alepo.
Paralelamente, o grupo de oposição Fateh Mubin anunciou em vinte e nove de novembro o controle da cidade de Khan Sheikoun, localizada a cerca de trinta e dois quilômetros de Hama.
Avanços Rápidos e a Guerra de Narrativas
Imagens geolocalizadas confirmaram o avanço das forças de oposição em direção a Hama. Nos bastidores, uma intensa guerra de narrativas domina o conflito, com ambos os lados divulgando imagens e informações que muitas vezes distorcem os fatos.
Enquanto as forças pró-regime afirmam estar reforçando posições no norte da província de Hama, a realidade no campo de batalha demonstra que os opositores avançaram além das linhas defensivas estabelecidas pelo regime.
Retirada Desorganizada e Equipamentos Capturados
A retirada das forças de Assad foi marcada por desorganização, permitindo que as forças de oposição capturassem equipamentos valiosos, incluindo veículos blindados, peças de artilharia pesada e até aeronaves. Além disso, aeroportos militares como Abu al Duhur e Nairab caíram nas mãos dos opositores, ampliando suas capacidades estratégicas.
Ação do Exército Nacional Sírio e o Apoio da Turquia
Simultaneamente, o Exército Nacional Sírio (SNA), apoiado pela Turquia, lançou uma operação separada em território controlado pelo regime. Operando a nordeste de Alepo, o SNA busca capturar Tel Rifat e já tomou o aeroporto militar de Kuweires e diversas aldeias próximas.
Conflitos Localizados e Resistência no Sul
Conflitos esporádicos foram registrados em várias áreas da província de Daraa e até na capital Damasco. Desde dois mil e onze, o regime sírio enfrenta oposição constante no sul do país, com embates frequentes intensificados em dois mil e vinte e três. Pequenos confrontos com células adormecidas também foram relatados em Damasco, embora o regime alegue ter a situação sob controle.
Limitações de Apoio ao Regime
A capacidade do regime sírio de reunir apoio do Eixo da Resistência e da Rússia enfrenta desafios. O Hezbolá está focado na reorganização após uma campanha israelense no sul do Líbano, e a linha de comunicação terrestre entre Síria e Líbano está sob vigilância israelense, dificultando o movimento de recursos.
Enquanto isso, o Irã ainda pode enviar milícias para apoiar o regime, mas a Rússia, sobrecarregada por suas operações na Ucrânia, tem mostrado sinais de despriorização do conflito sírio. A retirada dos sistemas de defesa aérea S-trezentos em dois mil e vinte e dois para reforçar as operações russas na Ucrânia é um exemplo claro disso.
A guerra na Síria continua sendo marcada por mudanças rápidas no campo de batalha e pela complexa interação de atores locais e internacionais. A situação permanece volátil, com cada movimento das forças envolvidas redesenhando o mapa deste prolongado conflito.
Abaixo você verá uma sequencia de equipamentos que foram capturado pelos rebeldes em Alepo, ao final da Ofensiva entre 27 e 30 de novembro de 2024:
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