Operação “Edelweiss”: A Luta pelo Controle do Cáucaso na Segunda Guerra Mundial
Em 1942, após a ofensiva bem-sucedida em Kharkov e a ocupação de Rostov-on-Don, o exército alemão vislumbrou uma nova oportunidade estratégica: a conquista do Cáucaso. Esta região era vital para os planos de Adolf Hitler, pois oferecia acesso aos ricos campos de petróleo de Maikop, Grozny e Baku, essenciais para abastecer a máquina de guerra alemã. Além disso, a captura do Cáucaso abriria caminho para o Oriente Médio, uma área de interesse geopolítico significativo para o Terceiro Reich.
A operação “Edelweiss”, lançada em 25 de julho de 1942, envolveu forças alemãs, romenas, eslovacas e italianas. Em apenas três semanas, as tropas do Eixo avançaram quase 600 km, ocupando cidades como Stavropol (então Vorošilovsk), Armavir, Maikop, Elista e Krasnodar. No entanto, apesar dos avanços territoriais rápidos, os alemães enfrentaram grandes dificuldades logísticas e de suprimento. Quando chegaram a Maikop, descobriram que os depósitos de petróleo haviam sido destruídos ou evacuados pelas forças soviéticas, tornando impossível o reabastecimento imediato das tropas.
A Resistência Soviética e a Batalha no Cáucaso
A resistência soviética, especialmente nas regiões montanhosas do Cáucaso, foi feroz. Embora mal equipados em alguns setores, com muitos soldados armados apenas com rifles, as tropas soviéticas, juntamente com forças guerrilheiras locais, dificultaram o avanço alemão. A geografia da região, com seus picos elevados e terrenos difíceis, favoreceu a defesa, transformando os combates nos passos de montanha em batalhas particularmente intensas.
Uma das divisões de elite envolvidas na ofensiva alemã foi a divisão alpina “Edelweiss”, comandada pelo general Hubert Lanz. Veterano conhecedor da região, Lanz havia visitado o Cáucaso em 1936, estudando a geografia e os costumes locais. Parte da população das montanhas, seduzida pela promessa de autonomia e incentivos, chegou a colaborar com os alemães. No entanto, a lealdade local era fragmentada, e muitos outros aderiram à luta de resistência.
Em 21 de agosto de 1942, as forças alemãs hastearam a bandeira nazista no Monte Elbrus, o pico mais alto da Europa. Este ato simbólico foi amplamente divulgado na imprensa alemã, que proclamava a supremacia nazista sobre o continente europeu. Jornais alemães chegaram a sugerir que o próximo alvo seria o Monte Kazbek e que o Cáucaso, com sua importância estratégica e simbólica, havia caído sob o domínio do Terceiro Reich.
Apesar dessa propaganda, o avanço alemão foi interrompido em setembro de 1942, na cidade de Malgobek. A partir desse momento, o impulso ofensivo do Eixo começou a desacelerar, em parte devido à resistência soviética e em parte às crescentes dificuldades logísticas enfrentadas pelos alemães.
O Contra-ataque Soviético e o Fim da Campanha
Em janeiro de 1943, as forças soviéticas lançaram um grande contra-ataque no Cáucaso. Em 13 de fevereiro, após intensas batalhas, as tropas soviéticas retomaram o Monte Elbrus, retirando a bandeira nazista e colocando um fim à ocupação alemã nas montanhas. A campanha do Cáucaso durou 442 dias e resultou na morte de aproximadamente 600 mil soldados soviéticos.
Embora a Operação “Edelweiss” tenha sido uma ofensiva significativa no contexto da guerra no Leste, ela acabou sendo um fracasso estratégico para a Alemanha. A incapacidade de assegurar os recursos petrolíferos da região e a subsequente retirada alemã marcaram um importante revés para os planos do Eixo na Frente Oriental.
A Batalha do Cáucaso, apesar de menos conhecida em comparação com outras grandes campanhas da Segunda Guerra Mundial, foi crucial tanto para o curso da guerra quanto para a resistência soviética contra a invasão alemã. Ela exemplifica o impacto da geografia no conflito, a importância dos recursos naturais e a determinação de ambas as partes em controlar uma das regiões mais estratégicas da guerra.
Fonte: Canal Militar no Telegram
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