O primeiro teste nuclear da china em 1964
No deserto isolado de Lop Nur, em uma manhã fria de outubro de 1964, uma explosão monumental rompeu o silêncio, mudando o rumo da história. A China, após anos de esforço e isolamento internacional, realizou com sucesso seu primeiro teste nuclear. Este evento, conhecido como Teste 596, não foi apenas uma conquista tecnológica, mas uma declaração ao mundo de que o país havia entrado para o seleto grupo de potências nucleares.
O mundo, na época dividido pela Guerra Fria, viu com surpresa o avanço chinês. Desde 1959, quando a União Soviética retirou seu apoio ao programa nuclear chinês, Mao Zedong decidiu que a China seguiria de forma independente no desenvolvimento de sua bomba atômica. Nascia assim o “Projeto 596”, culminando na detonação da bomba em 16 de outubro de 1964.
Teste 596: A Explosão Que Redefiniu o Poder na Ásia
Às 7 horas da manhã daquele dia, a bomba, um dispositivo de fissão de urânio-235 com uma potência de 22 quilotons, foi detonada em uma torre de 102 metros de altura. A explosão gerou uma enorme nuvem de cogumelo visível a quilômetros de distância. A China, então, se tornava a quinta nação do mundo a possuir armas nucleares, juntando-se a Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido e França.
Em um detalhe curioso e marcante, tropas montadas em cavalos foram enviadas ao local da explosão após o teste para monitorar os efeitos da radiação. Essa cena, que contrastava fortemente com o uso da tecnologia mais avançada do mundo, simbolizava a mistura de tradição e inovação no contexto militar chinês da época.
O anúncio oficial, feito com orgulho pelo primeiro-ministro Zhou Enlai, reverberou internacionalmente. Para o mundo, era uma clara demonstração de que a China estava pronta para defender sua soberania e influenciar o equilíbrio de poder global. Nos Estados Unidos e na União Soviética, o impacto foi imediato, levando a discussões sobre a nova realidade de uma China nuclear.
Impactos Globais do Teste 596: A Ascensão da China como Potência Nuclear
Décadas após o primeiro teste, a China consolidou um arsenal nuclear modesto, porém eficaz, adotando a política de “não-primeiro-uso”, ou seja, prometendo usar suas armas nucleares apenas em retaliação. O Teste 596 foi mais do que um avanço científico e militar; ele redefiniu o equilíbrio de poder na Ásia e no mundo, garantindo à China uma posição de influência geopolítica duradoura.
A China não parou por aí. Desde 1964, o país realizou cerca de 45 testes nucleares até 1996, incluindo o desenvolvimento de bombas termonucleares. O auge veio em 1967, com o teste de sua primeira bomba de hidrogênio. Em 1996, a China aderiu ao Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), comprometendo-se a encerrar seus testes nucleares, mas mantendo uma política de dissuasão com seu arsenal nuclear.
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